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User Not Found | Apr 20, 2020
Bicampeão do Desafio CESB de Máxima Produtividade de Soja, com uma produtividade impressionante de 123,88 sacas por hectare, Maurício De Bortoli encontrou no pivô a segurança necessária para multiplicar os resultados da lavoura
Alimentar o mundo. Uma missão importante e, ao mesmo tempo, muito desafiadora. Como é possível assumir tamanha responsabilidade? A soma de fatores como o progresso das tecnologias, a dedicação dos produtores e o investimento das economias internacionais torna possível cumprir o objetivo, e, na era da Agricultura 4.0, a produtividade está no centro da equação.
E, a lavoura de soja mais produtiva do país está no sul do país. Pela segunda vez, o produtor gaúcho Maurício De Bortoli, de 40 anos, recebeu o título na 11ª edição do Desafio CESB de Máxima Produtividade de Soja, realizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB).
O objetivo da premiação é simples: identificar, entre os mais de quatro mil participantes, quem é aquele que atingiu a produtividade mais alta no plantio da soja. Este ano, Maurício, de Cruz Alta (RS), levou o prêmio para casa, após o resultado divulgado em 18 de junho. Lado a lado do irmão, Eduardo, ele comanda a fazenda onde se encontra o talhão que lhe deu a vitória – onde o número incrível de 123,88 sacas colhidas por hectare foi registrado.
A quantidade colhida representa mais do que o dobro da média nacional (53,4 sacas por hectare, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab). Maurício trabalha na gestão das nove propriedades da família, todas localizadas no Rio Grande do Sul. São quase 10 mil hectares plantados – o que já representa uma conquista por si só, quando comparados aos 70 hectares onde o seu avô, Aquelino, começou a plantar trigo, em 1977.
Mas, o que explica a produtividade abundante do terreno de Maurício? De acordo com o próprio produtor, o segredo se sustenta em três pilares. “Genética, o conhecimento do ambiente onde a lavoura é feita e, por fim, mas não menos importante, o manejo”, revela o produtor, pouco mais de um mês após receber a cobiçada premiação.
No que diz respeito ao manejo, um aspecto sobressai: a irrigação. Do total dos terrenos plantados em todas as propriedades, praticamente um terço é irrigado. E a forma escolhida para irrigar as lavouras não deixa espaço para dúvidas.
“A partir de 2005, comecei a investir em pivôs centrais Valley. Pesquisamos muito antes de selecionar a irrigação mais adequada, e o pivô foi a decisão acertada. Hoje, trabalhamos com 30 pivôs. Todos esses pivôs atendem a uma área de mais de 3 mil hectares”, descreve Maurício.
O produtor ressalta que a irrigação tem o seu valor confirmado, mesmo apesar das condições climáticas favoráveis à atividade no sequeiro, na região Sul. “Independentemente da quantidade de chuvas, sempre temos a expectativa que as áreas irrigadas vão produzir, no mínimo, 12% a mais do que o sequeiro, mesmo quando o ano é propício para a soja. Em anos mais secos, essa diferença pode subir até os 50%”, avalia.
Essa diferença foi confirmada durante as avaliações da produtividade média das suas lavouras. No sequeiro, foram calculadas 85,8 sacas por hectare. Já nas áreas irrigadas, esse número saltou para 107,1. A importância do pivô pode não ser tão decisiva como nas regiões mais áridas do país, mas Maurício é firme na sua decisão de manter os sistemas de irrigação. “Sem a irrigação, eu ainda conseguiria produzir, mas o pivô oferece segurança. Com o pivô, o clima deixa de ser tão importante. Retiramos essa imprevisibilidade do sistema de produção, o que deixa todo o processo mais controlável e, por isso, eficiente”, comenta.
É evidente que uma produtividade tão expressiva não se alcança sem uma boa dose de conhecimento. “Usamos toda a tecnologia que podemos para aperfeiçoar e complementar a irrigação. É tão importante saber quando irrigar, quanto a hora certa de desligar o pivô. É válido salientar, ainda, que o pivô também contribui para o aumento do acabamento e da qualidade geral das sementes de soja, que comercializamos”.
O manejo ainda se caracteriza por um sistema meticuloso de rotação de culturas. No verão, Maurício planta soja e milho. No inverno, ele cultiva uma mistura extensa de plantas, desde o nabo até a ervilha, passando pela cevada e pela aveia, com o objetivo de vender os grãos.
Sobre o futuro, Maurício não tem dúvidas. As novas tecnologias são o foco para as suas fazendas, daqui em diante. Aplicadas da forma correta – e, é claro, lado a lado da irrigação por pivô –, elas serão capazes de aumentar ainda mais a excelente produtividade das suas culturas.