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User Not Found | Apr 20, 2020
Estudo é fruto de pesquisas extensas da ANA e da Embrapa que comprovam o co avanço do sistema em nível nacional – e destaca a irrigação como o caminho para o futuro da agricultura brasileira
O crescimento da irrigação e da utilização do pivô central em todo o Brasil é inegável. A promessa de uma eficiência maior e a segurança de produção são fatores que conquistam cada vez mais produtores, de Norte a Sul do país.
Agora, é possível confirmar essa tendência com estatísticas oficiais. No início de julho, a ANA (Agência Nacional de Águas) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lançaram o resultado de uma pesquisa extensiva e extremamente completa: o Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil.
O estudo oferece não só um retrato fiel da realidade da irrigação por pivô no país, mas também comprova o seu impressionante crescimento, resgatando dados que remontam até 1985.
A pesquisa constatou, por exemplo, que a área irrigada por pivôs centrais no Brasil (em 2017, calculada em 1,476 milhão de hectares) é 47 vezes superior à registrada em 1985. Mais recentemente, o crescimento tornou-se proporcionalmente ainda maior – desde 2010, a área triplicou.
O estudo também revelou que os Estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo respondem pela maior parte dos pivôs centrais no Brasil – juntos, as quatro unidades federativas acumulam 77% da área irrigada total. Os três principais municípios irrigantes são Unaí (MG), Paracatu (MG) e Cristalina (GO).
Diversos outros dados destacam o crescimento surpreendente do pivô central no Brasil, comprovando a satisfação dos produtores que investem nessa forma de irrigação. Porém, de acordo com o pesquisador da Embrapa, Daniel Guimarães, o país ainda tem muito espaço para crescer.
“Temos menos área irrigada do que o Irã, por exemplo. O Brasil é, hoje, um dos poucos países que ainda tem espaço para crescer no que diz respeito à irrigação. Isso pode trazer benefícios importantes para nós, já que isso se torna em uma oportunidade para atender à demanda crescente por alimentos, decorrente da expansão populacional”, comenta Daniel.
O pesquisador salienta, ainda, que a superioridade do pivô, e da irrigação em geral, são elementos que não podem ser ignorados no mercado. “A agricultura irrigada é o caminho. As áreas para agricultura sem risco já estão ocupadas. Por isso, para evitarmos a exploração de áreas mais arriscadas e o desflorestamento excessivo, a irrigação vem como uma solução. O produtor está ficando mais consciente e começa a perceber isso, além das mudanças climáticas, que já vêm prejudicando lavouras em sequeiro”, diz.
Além disso, Daniel enfatiza que o crescimento da irrigação no Brasil precisa do apoio do governo. “Precisamos de mais políticas públicas nessa área. A irrigação traz muitas soluções e é um investimento com um excelente retorno. O pivô central é a forma mais eficiente que existe para culturas grandes, como a soja. Isso é comprovado nos Estados Unidos, por exemplo, desde os anos 50. E, além disso, é o que mais cresce, pela sua versatilidade, já que pode ser usado para controle de pragas, adubação, etc.”, avalia o pesquisador.